segunda-feira, 30 de junho de 2008

Umaquí, outralí


Gostei do filme. Parece uma reportagem do Globo Rural escrita por Paul Auster. O mais só digo pessoalmente com uma garrafa de Bardolino safra 2001 (direto de Verona), pela metade. Enjoy it: oquí um pedaço.



Esse é grande

E tenho o prazer de escrever mais uma vez (sim: essa história já foi ao ar em setembro de 2007). A essa época me apareceu uma criatura: uma amiga de colégio que não via desde então. Estava em Bruxelas (o lugar é fictício: não conheço Bruxelas) e queria me encontrar. Por sugestão dela marcamos numa pizzaria. Fui. Olhei em volta no bar, nas mesas e não percebi qualquer pessoa que se parecesse com ela. De repente, ela pulou na minha frente [susto]. A última vez que a vi foi há 70 quilos: estava IMENSA, era assustador.

Tente ser natural usando os sorrisos amarelos da minha coleção para momentos de aperto. Sentamo-nos em uma mesa de restaurante que servia em sistema de rodízio. A moça era ansiosa, esquisitona, barbada e a essas alturas eu já sabia que estava enfiada em um belo programinha de índio. Pra enriquecer meu tempo - já que a coisa ia durar, resolvi contar quantas fatias ela engoliria naquela noite. Havia ali, visivelmente, uma tendência ao exagero, mas jamais imaginaria que o número de fatias chegasse a 29 (vinte-e-nove, qualquer carência visual em algarismos). Misturava calabreza com pizza de chocolate num sem-cerimônia de corar Rei Momo. Saí dali balançada. Não tenho nada contra os gorduchos que só fazem gordices, que comam se lhes trazem prazer. Nem todo mundo precisa pagar o preço pra ter o corpo da Cindy Crawford. Só que, no caso, havia algo mais além do prazer.

Pus-me a pensar nas compulsões. O que leva uma pessoa a se entupir de álcool quando o estômago já está satisfeito desde a terceira dose? Os compulsivos têm um desequilíbrio de hormônio que avisa quando está satisfeito ou ainda precisar de mais. Faz sentido e pode surgir aí uma explicação química para tanta ambigüidade.

Também tenho as minhas esquisitices: e não são poucas. Tenho insatisfações, coisas que gostaria mas não posso consertar. Gostaria, por exemplo, de ter mais 5 centímetros de perna, ou a cintura da Marilyn. E cultura (muita culltura!) - como seria bom lembrar qual das Natashas me comoveram mais, se a do Tolstoi ou a de Dostoievski, mas a memória fugiu e levou tudo com ela. Sobram lembranças bestas nos buracos negros onde antes viveram livros e filosofias que fizeram minha cabeça. É triste: mas nem por isso meu corpo pede 8 cheese burgers pra preencher as lacunas (eu detesto essa palavra típica de 4ª série!).

Rum um.

Caso de um-nove-zero


Mostarda mata cruelmente o Catchup.
Muito cruel.

domingo, 8 de junho de 2008

Gramur, Graubier.

Páre e pense no seu maior ídolo. Aquele famoso (mesmo sem tanta fama) que você adora. Pensou? O que você faria se estivesse com ele AGORA? Pularia, gritaria, espernearia, escandalizaria o momento. Right? Right. O que você ganharia com isso? Eu me revolto com teenagers que passam semanas fazendo cartazes do tipo "Sandy, você é tudo!", "Xuxa, eu te amo!", "Bruno e Marrone, quero dormir na praça com vocês!" (depravada e atacada de sem-teto). Isso não faz o menor sentido: todas aquelas cartolinas e papéis-cartões com as pontas amassadas, purpurinas dói-na-vista, faixas vermelhas com letras brancas e corações nas bochechas pra lá de rosadas. Um tédio. Agora, tá. Você tá de cara com seu ídolo. "Fulano, sou sua maior fã!". "Ah, obrigada... toma meu autógrafo." The end. Você fica todo feliz (pula, grita, esperneia, escandaliza) porque tem um super pedaço de papel com a assinatura do seu ídolo. E dái? É só um papel. Mísero papel. Ok, ok, ok, ok. Eu sei que todos estão loucos pra me atirar uma pedra, mesmo sabendo que ninguém lê essa porcarêaqui! Mas eu não acho errado você admirar o trabalho de alguém. O absurdo é colocar um estranho em primeiro lugar. Só faltava essa.


FOTO: EGO, na globo.com