Se rir fosse o melhor remédio, os médicos seriam humoristas. Dá uma olhada na receita, é tiriqueda! Contariam duas ou três piadas saindo, assim, da crise. E então receitariam um programa de tevê, um de rádio e dois livros de piadas que seriam vendidos em farmácias (nas maiores da sua cidade). Os palhaços seriam vistos como pajés ou xamãs: gente que faz uma medicina mais ancestral. As piadas variariam de temas, de acordo com a doença do paciente. Piada sobre bêbado, por exemplo, seria ótima para o fígado. Piadas de papagaio curariam o aparelho respiratório e fonador. Piadas sobre crianças seriam perfeitas para problemas sexuais e do aparelho reprodutor. Os médicos se especializariam em certos tipos de piadas e um ou outro gênio seria assim um Ary Toledo da medicina. Se alguém chega ao hospital chorando, claro que é falta de uma boa piada. Algumas pessoas simplesmente não sabem contar, então, a demanda por atendimento ambulatorial aumentaria e muito. Tem gente que chora à toa e gente que ri à toa, depende de como anda a sua saúde. Então surgiria uma doença rara não identificada, uma síndrome qualquer que mesmo depois de toda piada o paciente continuaria sem sorrir. Depois descobririam que não sorria porque era surdo. Entrariam em cena, então, as piadas na língua de sinais. Os hipocondríacos levariam consigo os livros do Millôr. Viva a ciência.
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